É um prazer restaurar a Obra de Arte de Djalma do Alegrete, o grande mestre da negritude brasileira.
A escassez de registros históricos a respeito do povo negro brasileiro tem servido de desculpas para muitos desistirem de seus propósitos de abordagem de tal problemática. Mencionadas desculpas ganham ênfase, então, quando a oralidade dos acontecimentos se confronta com o registro escrito. Com a pretensão de neutralizar – um pouco – referidas desculpas, faremos relatos, a seguir, a respeito da “Caminhada Artística” do inesquecível Djalma do Alegrete, que deixou este plano terrestre há 20 anos, (22 de abril de 1994).
Era diplomado pelo Instituto de Belas Artes da Universidade do Rio Grande do Sul. Concluiu o Curso de Didática da Faculdade de Filosofia da Ufrgs. Teve telas premiadas nos Estados Unidos (1963) e no Panamá (1972). Pela sua contribuição para a cultura popular carioca, recebeu o título de Cidadão Emérito do Rio de Janeiro. Ganhou, ainda, a Medalha Pedro Ernesto em razão de sua atuação junto às coletividades carentes cariocas. Foi agraciado, aqui, com o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre. Pelo Brasil afora, tem diversos quadros, bem como no exterior. Carnavalesco, na mais pura acepção do termo, deu enorme contribuição para o Carnaval gaúcho, principalmente para o de Porto Alegre. A saudosa escritora Maria Helena Vargas da Silveira, sua amiga, dizia: “Djalma é, sem dúvida, um mito, um canto, exótica estampa para se interpretar, relíquia negra, um caminhante ao sol, cheio de cores. E impressionante a sua pintura folclórico-religiosa, espécie de orações pictóricas, de raízes afrodescendentes”.
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